COP30 debate impactos da crise climática sobre água e saneamento, e CNS leva posição dos trabalhadores a Belém

A COP30, que acontece durante esta semana em Belém(PA), reforça o papel central que a água e o saneamento básico ocupam nas discussões globais sobre mudanças climáticas – justiça climática, segurança hídrica e saúde ambiental.

Sediada no coração da Amazônia, a conferência abre espaço para reflexões sobre como países, regiões e cidades devem se preparar para eventos extremos que têm se tornado mais frequentes. Nessa agenda, a água ocupa posição estratégica: monitorar rios, acompanhar o comportamento hidrológico, fortalecer a governança de bacias e investir em infraestrutura pública são ações indispensáveis para proteger a população.

O encontro chama atenção para a urgência de enfrentar fenômenos como enchentes, secas severas, falta e contaminação da água e doenças que se intensificam com a degradação ambiental. Esses impactos atingem diretamente as cidades, os serviços de saneamento e também os trabalhadores que atuam diariamente na linha de frente.

Não existe adaptação climática sem sistemas públicos de saneamento estruturado

A conexão entre clima e saneamento é direta. Redes de abastecimento e esgotamento sofrem com enchentes e estiagens; mananciais ficam vulneráveis à poluição; e doenças de veiculação hídrica se espalham com mais facilidade em ambientes de alta temperatura. A COP30, portanto, aprofunda um debate que já é consenso entre pesquisadores e organizações internacionais: não existe adaptação climática sem sistemas públicos de saneamento estruturados, eficientes e com capacidade de atender toda a população.

É com esse entendimento que o Coletivo Nacional de Saneamento (CNS), do qual o Sindágua-MS integra, está presente em Belém para acompanhar as discussões e defender o saneamento público como pilar da justiça climática e levar a visão de quem atua diariamente no setor. Representando o CNS, Haneron Victor Marcos e Fábio Giori  levarão às discussões a defesa do saneamento público, do fortalecimento das empresas estatais e do direito universal à água de qualidade.

A participação dos trabalhadores é estratégica: além de denunciar os impactos da privatização e da falta de investimentos, o CNS reforça que a crise climática só agrava as desigualdades e exige serviços públicos fortes, eficientes e acessíveis.

O presidente do Sindágua-MS, Lázaro Godoy, destaca a relevância dessa presença: “O Sindágua-MS acompanha de perto os debates da COP porque a crise climática já afeta diretamente o trabalho no saneamento e a vida da população. Falar de água, de esgoto tratado e de infraestrutura pública é falar de adaptação, saúde e justiça social. É fundamental que a voz dos trabalhadores esteja presente.”

Para o movimento sindical, a COP30 também reforça a necessidade de fortalecer as empresas públicas de saneamento, ampliar investimentos, valorizar os profissionais do setor e garantir que o direito à água seja tratado como direito humano, e não como mercadoria. A conferência evidencia que, diante de eventos climáticos extremos, são os serviços públicos que respondem primeiro, chegando onde o mercado não chega e protegendo comunidades historicamente vulneráveis.

A COP30, portanto, vai além dos acordos internacionais. Ela debate a responsabilidade do Brasil e do mundo em reconhecer que o futuro climático passa pela forma como cuidamos da água hoje — e que garantir saneamento público de qualidade é uma das ações mais eficazes para proteger vidas e construir um país mais justo, saudável e resiliente.

Assessoria de Comunicação Sindágua-MS

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