O Sindágua-MS divulgou, nesta terça-feira (25/11), a contraproposta apresentada pela Águas Guariroba para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2027. A proposta, segundo o sindicato, não recompõe sequer as perdas inflacionárias acumuladas pela categoria, que ultrapassam 10% nos últimos anos.
A empresa propõe um ACT com vigência de dois anos, de 1º de novembro de 2025 a 31 de outubro de 2027, e apresenta reajustes diferenciados entre o piso salarial e os demais vencimentos.
Principais pontos da contraproposta:
1. Vigência do ACT: 01/11/2025 a 31/10/2027
2. Piso salarial: reajuste de 7,40%, passando de R$ 1.635,38 para R$ 1.757,00
3. Demais salários: reajuste de apenas 4,49%
4. Benefícios: reajuste geral também de 4,49%
5. Abono: R$ 750,00 para dezembro de 2025 e dezembro de 2026 (sem correção)
6. Crédito Natalino: R$ 250,00 para dezembro de 2025 e 2026 (sem correção)
Os valores serão creditados no Vale Alimentação ou Vale Refeição.
Para 2026, a empresa afirma que aplicará no piso salarial o mesmo percentual do reajuste do salário mínimo, enquanto demais salários e benefícios seguirão apenas o INPC.
Perdas acumuladas e tarifas muito acima da inflação
O presidente do Sindágua-MS, Lázaro Godoy Neto, reforça que a contraproposta não recompõe as perdas históricas da categoria. Entre novembro de 2015 e novembro de 2025, o acumulado dos ACTs foi de 74,19%, enquanto o INPC acumulou mais de 84%, gerando defasagem superior a 10%.
Ao mesmo tempo, o reajuste previsto reajuste (IPCA em 01/2026) das tarifas de água e esgoto em Campo Grande chegou a 125% entre 2016 e 2026, muito acima tanto dos salários quanto da inflação.
Lázaro ressalta que: “Os valores propostos pela empresa não repõem nem as perdas salariais acumuladas da última década. É inadmissível que os trabalhadores recebam reajustes inferiores ao INPC, enquanto as tarifas sobem 125% e se tornam uma das mais caras do país”.
Ele também destacou a disparidade entre a remuneração da base e da alta direção da concessionária: “Enquanto os trabalhadores lutam para recompor perdas, a remuneração anual dos diretores da Águas Guariroba equivale a seis meses de salário de 320 empregados que recebem o piso. Não existe qualquer redução no alto escalão”.
Para o Sindágua-MS, a contraproposta não atende às necessidades reais dos trabalhadores que garantem o funcionamento do saneamento na capital: não repõe a inflação acumulada e a empresa ignora pontos essenciais da pauta aprovada pela categoria, que buscava a valorização profissional; recomposição salarial justa; revisão de benefícios corroídos pela alta do custo de vida; condições dignas de trabalho; atendimento das perdas acumuladas pelo INPC.
Além disso, nos últimos cinco anos, o lucro líquido da Águas Guariroba ultrapassou R$ 1,3 bilhão, resultado alcançado com o trabalho diário dos empregados — muitos deles sem reposição salarial integral ao longo da década.
Categoria decidirá no dia 1º de dezembro
A contraproposta será apresentada em assembleia no dia 1º de dezembro de 2025, com votação das 7h30 às 17h30, quando os trabalhadores irão decidir se concordam ou não com a manutenção dessa disparidade e com um ACT que estende essas condições até 2027.
O Sindágua-MS continuará defendendo uma negociação justa, que reconheça o papel fundamental da categoria no saneamento de Campo Grande.
Assessoria de Comunicação – Sindágua-MS