No Congresso da Furcen, em Goiânia, presidente Lázaro expôs os descasos da privatização em Campo Grande e as falhas da PPP do esgoto em MS, alertando para os riscos ao erário e à população.
Entre os dias 2 e 4 de outubro, Goiânia sediou o Congresso Interestadual dos Trabalhadores Urbanitários (Furcen), reunindo dirigentes da região Centro-Oeste e de vários outros estados do país para debater os rumos do setor elétrico e do saneamento.
O presidente do Sindágua-MS, Lázaro de Godoy Neto, foi um dos convidados para palestrar na mesa “Análise das Conjunturas Setoriais e Permanentes (Setor Elétrico e Saneamento)”, na quinta-feira (2/10). Lázaro participou ao lado de Edson Aparecido da Silva (ONDAS e FNU) e Fabíola Antezana (Stiu-DF e CNU). A

Durante sua intervenção, Lázaro apresentou a experiência de Campo Grande (MS) após a privatização do saneamento, denunciando o aumento expressivo das tarifas praticadas pela Águas Guariroba em relação à estatal Sanesul.
Segundo dados apresentados, a tarifa da Sanesul equivale a cerca de 70% do valor cobrado pela empresa privada, representando pelo menos 30% de diferença em prejuízo do consumidor.
O presidente do Sindágua-MS também destacou os lucros exorbitantes da concessionária privada:
“Só em Campo Grande, uma cidade com cerca de 900 mil habitantes, a Águas Guariroba acumulou um lucro de R$ 1,3 bilhão nos últimos cinco anos. Para comparar, a Saneago, em Goiás, que atende uma população seis vezes maior, de 6 milhões de pessoas, teve um lucro líquido de R$ 680 milhões em 2024. Ou seja, a empresa privada lucra muito mais atendendo muito menos”, afirmou.
PPP do esgoto no MS: falhas graves e falta de investimentos
Outro ponto central da fala foi a Parceria Público-Privada (PPP) do esgoto em Mato Grosso do Sul, cuja modelagem foi feita pelo BNDES. Lázaro apontou que o estudo de viabilidade não apresentou alternativas de gestão, como prevê a legislação, e que os investimentos previstos no CAPEX (despesas de capital) e OPEX (despesas operacionais) não estão sendo aplicados.
“Essa PPP virou, na prática, um contrato de terceirização de 30 anos, sem garantias de investimentos e com enormes falhas técnicas e legais. O que vemos é um modelo que não cumpre o papel de ampliar os serviços e ainda gera graves prejuízos ao erário público”, denunciou Lázaro.
Solidariedade e apoio às lutas de Goiás
O presidente do Sindágua-MS também relatou que o sindicato se colocou à disposição para ajudar os trabalhadores de Goiás na análise da modelagem feita no estado, semelhante à de Mato Grosso do Sul.
“Nos propusemos a contribuir com subsídios técnicos para que o Ministério Público de Goiás possa avançar na apuração dos problemas e cobrar os ajustes necessários da Saneago e do governo. A experiência de Mato Grosso do Sul serve de alerta: não podemos aceitar PPPs que não investem e colocam o interesse privado acima do público”, reforçou.
Valorização do Congresso e da unidade sindical
Lázaro parabeniza a Furcen pela realização do evento e pela eleição da nova diretoria da entidade: “A presença do Sindágua-MS no Congresso Interestadual reforça a importância de denunciar os descasos da privatização em Campo Grande(MS), trazendo a realidade da PPP do esgoto de Mato Grosso do Sul para o debate nacional e fortalecendo a luta em defesa do saneamento público. Parabenizamos a Furcen pela organização do Congresso e pela nova diretoria eleita, que terá papel fundamental na resistência e na unidade da nossa categoria”, conclui.
Assessoria de Comunicação – Sindágua-MS